#84 – a sombra, o inconsciente colectivo e o totalitarismo

por Mafalda da Costa Melo

ouvir este artigo: Spotify; Bitchute; Rumble; Telegram; Odysee.

Carl Jung

O inconsciente colectivo é um conceito desenvolvido pelo psiquiatra suíço Carl Jung que se refere apartes da nossa personalidade que estão bloqueadas ou nos são invisíveis ou estão na sombra, que apenas conseguimos reconhecer quando se observam esses bloqueios nas relações mais intimas e familiares.

Peter Gerlach

Segundo o psicólogo americano Peter Gerlach esses bloqueios / sombra acontecem quando a nossa família, a
organização social que mais necessidades emocionais satisfaz, falha em satisfazer um conjunto de necessidades emocionais. Estas são: proteção / segurança, atenção, amor, respeito, inclusão, apreço, elogio, companhia, cuidado, paciência, liberdade para brincar, ser ouvido, tranquilidade, contato físico e privacidade.

A falha em saciar essas necessidades pode ter os seguintes efeitos:

Divisão
de personalidade entre o verdadeiro eu e o falso eu,
vergonha excessiva,
sentimentos excessivos de culpa, medo irracional,
problemas de confiança e
rejeição da realidade – ver coisas que não existem e ignorar as que existem.

As consequências desses trauma são a incapacidade de se sentir normal e compassivo. Seguidas por sentir inquietação, solidão e vazio interior.
Isso leva ao isolamento crônico e a relacionamentos superficiais.

Sam Vaknin

Os vícios ou dependência existem para se distrair da dor interior. Segundo o psicólogo Sam Vaknin A dependência sobre as redes sociais não é propriamente no sentido mais estrito um vício, mas um mecanismo de condicionamento por que usa um posicionamento relativo, provocando inveja patológica.

Na psicologia, apenas as emoções inveja, ódio e agressividade são utilizadas para amarrar / condicionar os utilizadores às redes sociais – repeat business. Isso leva ao bullying, ao cyberbullying, ao gang stalking, humor negro e à honestidade brutal. (Estas são as técnicas do minions do sistema, dos empregados dos serviços secretos e dos fact checkers).

Mattias Desmet

Segundo o psicólogo Mattias Desmet Quatro condições centrais que precisam existir para que a formação de massa aconteça são:

a solidão generalizada e a
falta de vínculo social, o que leva a experiência a vida como sem significado,
o que leva a uma ansiedade e descontentamento generalizados sem se conseguir determinar a causa para esse sentimento,
o que leva a uma flutuação generalizada frustração e agressão, o que resulta em se sentir fora de controle

A formação em massa é uma forma de hipnose em massa que surge quando condições
específicas são atendidas e quase sempre precedem o surgimento de sistemas totalitários.

A palavra totalitarismo refere-se à ambição de impor uma ideologia no nosso caso a transhumanista baseada no Determinismo (teoria refutada no início do século XX) ou teoria total no povo. É uma ambição que destrói o indivíduo. Porque a energia psicológica emerge a todo o momento no
qual o indivíduo pode fazer uma escolha que é a sua escolha que não é forçada por terceiros. O indivíduo pode ser controlado pelo desejo e /ou pelo medo.

Jordan Peterson

Numa das suas apresentações Jordan Peterson menciona Dostoevsky.
Que existe algo extraordinariamente perigoso em visões utópicas totalitaristas. É um conceito descrito
em “Notas do submundo” por Dostoevsky que volta de 1900, na medida em que se tinha apercebido que havia algo muito patológico sobre uma visão utópica de perfeição que é algo profundamente anti-humano.

Fyodor Dostoevsky

Nesse livro Notas do submundo Dostoevsky destrói a noção da utopia uma das coisas em Dostoevsky que Jordan
Peterson admira muito é: imagine que se vive numa utopia socialista e que os seres humanos não tem nada para fazer a não ser comer, beber e prolongar a espécie. A primeira coisa que aconteceria seria que os seres humanos ficariam doidos e destruíam o sistema apenas para criar algo que não se está à espera porque na realidade os
seres humanos não querem o conforto e certeza de uma utopia socialista os seres humanos querem aventura, caos e incerteza. Assim a própria noção de utopia é anti-humana na medida em que nós não fomos construídos para uma utopia estática.

O que nós estamos a viver é a aparição dessa sombra ou dos nossos traumas
que estão no inconsciente colectivo que foram ignorados durante décadas e aparecem agora no nosso dia a
dia sobre a alçada de uma visão utópica socialista de perfeição a que se chama regime totalitário baseado na formação de massas e / ou hipnose por meio do transhumanismo com o intuito de prender o Homem a à ideologia Deterministica cuja indole foi refutada no inicio do seculo XX. O universo ou o cosmos nao funciona como um relógio mas que é altamente improvável.